Foi uma breve visita. A Tanzânia é um país diverso com mais de cento e vinte tribos diferentes cada qual com sua língua e  características sócio culturais próprias. Os Maasai, por exemplo, são  patriarcais, nômades que vivem do gado que pastoreiam. São polígamos e tem crenças próprias

Nas ruas de Arusha, norte da Tanzânia, negros cristãos e mulçumanos convivem harmoniosamente . A exuberância do colorido, especialmente das roupas das mulheres, pintam múltiplas e  inesquecíveis telas na nossa memória. O contato pessoal é fácil mediado pela alegria, gentileza e o instinto de comércio  desse povo.

Viemos a África para turismo entretanto não há como ignorar o que cerca as indescritíveis belezas naturais desse continente. Nas cidades, ao som dos auto-falantes das mesquitas, buzinas e música local, milhares de ambulantes garantem suas sobrevivências ocupando , sob uma  poeira constante,  quase todas as calçadas das principais ruas e avenidas.  Uma efervescente e dinâmica barafunda, onde grita-se, mostra-se e vende-se de tudo, muitas vezes alimentos sem qualquer controle de sanitário. O lixo a céu aberto domina cada esquina. A maneira como aprendemos a ver as cidades ( ou parte delas) , não vale por aqui. As dificuldades são muitas, adultos e crianças, por exemplo, disputam espaços nas ruas travadas por um trânsito caótico. A água encanada é uma “commodity”  escassa, toalhas de papel  para enxugar as mãos  não estavam disponíveis na maioria dos lugares onde paramos . Culturalmente, alguns usam as próprias mãos para comer, então talheres nem sempre são óbvias necessidades. Curiosamente há um severo controle policial  nas auto estradas. É compreensível mas triste, vermos garotos e adultos Maasai às margens das rodovias  prontos a trocar suas sIngulares imagens por um ou dois dólares.

Foi uma experiência  marcante, mas muito do que vimos aqui pode ser visto, em menor ou maior escala, em todas regiões do Brasil. Alguns dizem que a África é o Brasil de setenta anos atrás. Refletindo,  pelo que temos vivenciado nos últimos anos em nosso país, meu temor é justamente o contrário, qual seja, que tenhamos visto aqui o Brasil do futuro.